domingo, 20 de fevereiro de 2011

'Ele transformou o meu país num puteiro' ...

Politização do sexo une italianas contra Berlusconi

O pequeno grupo de 12 escritoras, atrizes, blogueiras, advogadas e jornalistas que lançou na internet a proposta de uma grande manifestação feminina contra as atitudes do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, há uma semana, não imaginava um sucesso tão espantoso: mais de um milhão de mulheres - solteiras, casadas, avós, filhas, mães e netas, de todas as opiniões políticas - invadiram praças e ruas de 230 cidades italianas.

Foi um domingo de orgulho feminino, que promete se repetir até pelo menos abril, quando o premier será julgado por prostituição de menores e abuso de poder - ironicamente, por um trio de juízas, mostra reportagem de Vera Gonçalves de Araújo publicada no GLOBO deste domingo.

Berlusconi bem que tentou reduzir a importância da revolta das mulheres, mas é impossível ignorá-la. As italianas estão acostumadas a viver num país machista: 30% das mulheres em idade produtiva são donas-de-casa, segundo a associação italiana Moica, e o corpo da mulher é explorado como talvez em nenhum outro país do mundo pelos meios de comunicação (culpa, em boa parte, é verdade, de Berlusconi, que detém vários deles).

Mas o machismo berlusconiano feriu por demais a dignidade delas. Tanto que resgataram um slogan do movimento dos anos 70 "Se non ora, quando?" ("Se não for agora, quando?") para protestar.

Segundo as manifestantes, além de dar envelopes cheios de dinheiro e joias preciosas para as mulheres que participam de suas "bunga-bunga" em mansões e palácios de Milão, Roma e Sardenha, o machismo berlusconiano abusa de poder e politiza o sexo. As mulheres também ganham trabalhos na TV, cargos públicos e até candidaturas políticas para o Parlamento nacional ou o europeu.

Para isso, basta ser bonita e se exibir para o presidente do conselho de ministros, de 74 anos, dançando sem roupa ou fantasiada de enfermeira. Esperando comportadamente que o "papi" - o apelido carinhoso com que chamam Berlusconi - escolha as melhores para passar a noite, quase sempre três ou quatro.

Era claro o caráter apartidário e sem bandeiras feministas das manifestações da semana passada. Nos palcos, falaram as promotoras do evento, mulheres de esquerda, direita e até uma freira, que foi muito aplaudida. Em comum, apenas uma reivindicação: a renúncia do premier.

- Quero que Berlusconi saia porque ele transformou o meu país num puteiro - resume a dona de casa Elisabetta Vescovo, de 47 anos.


Blog do Noblat


*comentário machista:

As barangas estão é com ciúmes, pois só tem vez as belas e gostosas!!!


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