terça-feira, 28 de junho de 2011

Ame o Pecador, mas não o Pecado ...

...

Democracia Radical

A pior ideologia é mesmo a ignorância. Eu não estou disposto a abrir mão de todas as contribuições que os homossexuais deram ao pensamento, às artes, à cultura, incluindo as marciais. Tenho as minhas convicções, faço questão de explicitá-las, mas minha pretensão não é eliminar o outro ou aprisioná-lo numa categoria: “é pervertido”; “é doente”; “é pecador”. Não se trata de ter mais brandura ou menos. Trata-se, aí sim, de tolerar a diferença. Os religiosos têm todo o direito de exigir determinado comportamento de seus fiéis, que são livres, felizmente — ao menos é assim nas culturas não teocráticas —, para escolher o seu caminho. Se uma determinada religião os oprime, podem escolher outra. Poucos estão tomando tantas porradas nestes dias como este escriba. Não me importo. Tampouco me faço de vítima ou herói da resistência. Conheço a natureza desse jogo. Apanho, mas também bato. Não saio reclamando nem cobrando que meus adversários sejam censurados.

Não vou permitir que prosperem certas boçalidades no blog. O que querem alguns? Que eu pregue a segregação? Que defenda que homossexuais sejam enviados para campos de reeducação porque a Bíblia não me dá direito de escolha, ou então não posso me dizer cristão? Que resolva aderir a esse primor de hipocrisia que consiste numa aplicação vesga do “ame o pecador, mas não o pecado”, de sorte, então, que homossexuais devessem ser condenados à solidão? Infelizmente, muitos deles, por isso mesmo, resolveram vestir batina para se esconder. Sempre digo tudo com clareza, o que choca muita gente, mas vou repetir: Igreja não é armário — e, por isso, defendo o fim do celibato sacerdotal, que é decisão humana, não divina. Nem sempre foi assim.

Reinaldo Azevedo / Veja.com

Leia aqui, na íntegra.


.....

Nenhum comentário: