quinta-feira, 7 de julho de 2011

Feudos ...

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A dificuldade para encontrar um substituto para o agora ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, está no fato de que o ministério se transformou em um feudo do PR, e ao que tudo indica é o mesmo Alfredo Nascimento, agora na sua encarnação de senador da República e presidente do PR, que comandará a escolha do seu substituto, o que não faz o menor sentido, mas, no "presidencialismo de coalizão", ganha um sentido todo próprio.

O perigo desse sistema de coalizão política que nós temos é que os ministérios acabam se transformando em feudos partidários, e a partir daí os políticos filiados a esses partidos recebem favores, oferecem favores para que outros engrossem as fileiras partidárias com a certeza de receber os mesmos favores, e montam esquema de negociações com as empresas privadas que dependem das obras do ministério.

O governo Lula utilizou o mensalão e outras benesses para atrair o maior número de parlamentares para os partidos de sua base aliada, até que montou o que temos hoje no governo Dilma, uma coalizão que reúne o maior número de partidos políticos já reunidos por um governo na redemocratização.

Agora, estamos vivendo uma nova etapa, com os partidos encastelados em seus feudos, oferecendo vantagens para que políticos engrossem suas fileiras. Quanto maior o partido, mais força ele terá dentro da coalizão governamental.

A permanência do PR à frente do Ministério dos Transportes é um sintoma de que a crise política não se dissipará tão cedo.

Merval Pereira / O Globo


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